sexta-feira, 16 de outubro de 2020

AMEI LER EM OUTUBRO: Anônimos: invenções de Amor, Morte e Quase-Morte, de Lindevania Martins

Resenha escrita por Ricardo Miranda Filho


A literatura contemporânea vem apresentando diversos exemplos de narrativas bem construídas de modo a exercer um reflexo fiel da realidade por meio de uma literariedade que deveras é sublime e dá prazer de ser lido e relido inúmeras vezes. Quando os elementos da literários são postos de maneira concatenadas e exercem uma linearidade, criando uma estética fenomenal, a obra como um todo faz permanecer os olhos atentos do leitor.

Assim fez a escritora maranhense Lindevania Martins ao escrever Anônimos: Invenções de Amor, Morte e Quase-Morte,  livro de contos publicado em 2003 e logo depois vencedor do XXVII Concurso Literário e Artístico Cidade de São Luís, na categoria contos. O livro apresenta 16 contos com temáticas variadas, embora todos contenham uma narrativa densa - apesar de boa leitura -, com personagens bem delineados e com uma trama que faz o leitor devorar o livro em poucas horas.

Com uma narrativa bem-feita que faz lembrar a sagacidade de Nelson Rodrigues, Lindevania Martins soube perfeitamente elaborar sua personalidade na escrita de forma a contribuir com a literatura maranhense. Os relatos pessoais, emocionais e críticos se transformaram em contos autênticos e construídos com simplicidade, mas com um desfecho cheio de tensão, fazendo o leitor querer mais.

"Nicolai, que nunca pretendeu céus ou infernos, sabe que não é inocente, que não merece perdão. Mas não dará a outra face. Quer corromper, tornar a todos perversos como ele. Sabe que não é isso a felicidade, mas esse nunca foi o seu caminho. Compreende que sua glória reside justamente no oposto, no trabalho silencioso e paciente de destruir outros seres, de aniquila-los moral ou espiritualmente para ficar menos só na própria miséria. Nicolai precisa de companhia."

Este, de fato, é um livro que merecer ser lido pelo alto teor de seu valor literário por ter sido escrito com uma inteligência impecável, o que demonstra os motivos se apreciar uma boa literatura.

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